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Harvey Weinstein considerado culpado por uma acusação de agressão sexual

11/06/2025 18h01

Em um veredicto que será entregue por partes, o ex-produtor de cinema Harvey Weinstein foi declarado culpado, nesta quarta-feira (11), de agredir sexualmente sua ex-assistente de produção Miriam Haley, e inocente de uma acusação semelhante feita pela ex-modelo Kaja Sokola, após a repetição de seu julgamento em Nova York.

O júri vai se reunir novamente na quinta-feira para decidir sobre a acusação de estupro que a aspirante a atriz Jessica Mann teria sofrido do fundador dos estúdios Miramax, de 73 anos, que cumpre outra condenação de 16 anos de prisão imposta por um tribunal da Califórnia por agressão sexual.

"Culpado", disse o presidente do júri em relação ao caso de Haley, uma das denunciantes que desencadearam o movimento #MeToo, que gerou uma avalanche de denúncias de mulheres vítimas de agressões sexuais no trabalho.

Por outro lado, o júri declarou Weinstein "inocente" da acusação de agressão sexual da ex-modelo polonesa Kaja Sokola, um caso que foi incluído na nova versão julgamento, depois de uma anulação em 2024 por um tribunal de apelação que considerou que houve erros processuais na decisão de 2020.

Weinstein permaneceu imível, sentado em sua cadeira de rodas e vestido com um terno escuro, como tem feito durante as seis semanas de julgamento.

O juiz ordenou às equipes jurídicas de ambas as partes que não falassem com os meios de comunicação.

O júri voltará a se reunir na quinta-feira para deliberar sobre a acusação pendente.

Os veredictos chegaram em meio a disputas internas entre os doze membros do júri que fizeram temer por um ime que poderia ter provocado uma eventual repetição do julgamento.

A defesa de Weinstein solicitou a anulação do processo várias vezes.

- Hora de acabar -

Pouco antes do anúncio do primeiro veredicto, após mais um protesto do porta-voz do júri perante o juiz Curtis Farber, o próprio Weinstein pediu a anulação do julgamento, para surpresa do público que aguardava as deliberações.

"É a quarta vez que ouvi uma reclamação de um jurado", disse Weinstein, que concluiu: "É hora, é hora, é hora de dizer que este julgamento acabou". Quando o veredicto pendente for anunciado, o juiz Farber deverá decidir a pena a ser imposta a Weinstein.

O ex-produtor voltou a ser julgado pelo suposto estupro de Jessica Mann em 2013 e por uma agressão sexual contra Miriam Haley em 2006, pelas quais havia sido condenado a 23 anos de prisão.

A essas acusações se somou a de Sokola, que denunciou o magnata do cinema por uma suposta agressão sexual ocorrida em 2006, quando ela tinha 19 anos.

Os advogados fizeram de tudo para desacreditar as três acusadoras, "mulheres que viram seus sonhos [profissionais] destruídos" e que teriam mentido para obter dinheiro de Weinstein, o "pecador original do movimento #MeToo", segundo seu principal advogado, Arthur Aidala.

Investigações jornalísticas de outubro de 2017 do New York Times e do The New Yorker sobre o poderoso produtor de filmes como "Pulp Fiction" causaram comoção em todo o mundo e libertaram a voz de muitas mulheres, vítimas não apenas de Weinstein, tendo entre elas atrizes renomadas como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow.

Diferentemente do primeiro julgamento, quando as manifestações contra a violência sexual eram diárias na entrada do tribunal, este processo ou quase despercebido, ofuscado pelo de Sean "Diddy" Combs, rapper e magnata da música, que ocorre em um tribunal vizinho sob acusações de associação ilícita e tráfico sexual.

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© Agence -Presse

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