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Após reportagem do UOL, 'parças' de Romário viram réus por esquema na Uerj

Romário e o ex-jogador Fabio Braz - Reprodução/Redes Sociais
Romário e o ex-jogador Fabio Braz Imagem: Reprodução/Redes Sociais
do UOL

Do UOL, no Rio

04/06/2025 12h25Atualizada em 04/06/2025 14h21

A Justiça do Rio tornou réus três amigos do senador Romário (PL), acusados pelo Ministério Público de terem sido funcionários fantasmas da Uerj no primeiro semestre de 2022.

O que aconteceu

A denúncia do MP se baseia em reportagem do UOL que mostrou fortes indícios de que Fabio Braz, Ademar Braga Júnior e Daniel Bove receberam R$ 69,7 mil cada um em um projeto educacional da universidade sem efetivamente trabalhar. Braz, ex-zagueiro de Corinthians e Vasco, chegou a receber R$ 20 mil enquanto estava confinado em um reality show da Record.

Trio é acusado de peculato no processo que tramita na 17ª Vara Criminal do Rio. De acordo com a denúncia, eles "forneceram dados pessoais para inclusão indevida em folhas de pagamento do projeto Escola Criativa e de Oportunidades, mesmo sem exercerem qualquer atividade, recebendo indevidamente recursos públicos".

Romário não é investigado. Apesar de Braz, Júnior e Bove terem longa relação de amizade com o ex-jogador, o parlamentar não foi alvo do MP do Rio. Um eventual processo contra o senador teria que tramitar no STF.

Amigos trabalharam na campanha em que Romário foi reeleito, em 2022. Apesar disso, o senador disse à época da reportagem que não foi o responsável pela indicação dos "parças" para o projeto da Uerj. "Eu só indico pessoas do meu gabinete", afirmou.

Acusados têm longa relação de amizade com Romário. Braz é visto constantemente em festas com o Baixinho. Bove conheceu o senador quando foi seu fisioterapeuta em 2006. Na campanha de 2022, foi tesoureiro. Ademar Braga Júnior é filho de Ademar Braga, que foi fisioterapeuta de Romário quando ele começou a carreira profissional no Vasco.

Reús nega as acusações. Ao UOL os amigos de Romário negaram à época terem sido funcionários fantasmas. O projeto em que eles foram contratados já foi extinto pela universidade.

Folhas secretas da Uerj

Revelado pelo UOL, o esquema de bolsas de pesquisa suspeitas na Uerj mostrou pagamentos de até R$ 359 milhões em projetos bancados com dinheiro de secretarias e órgãos do governo Cláudio Castro. As verbas apareciam em folhas de pagamento mantidas em sigilo pela universidade, às quais o UOL teve o.

A lista de nomeados incluía aliados do governador e apoiadores de deputados bolsonaristas. Na ocasião, o governo do Rio negou irregularidades na ocupação de cargos nos programas da Uerj.

O UOL já revelou que ao menos três deputados do PL —Rodrigo Bacellar, Dr. Serginho (estaduais) e Soraya Santos (federal)— usaram a Uerj para pagar cabos eleitorais. Eles negam ter influência política sobre os projetos. A prática gerou investigações no TCE-RJ, na Procuradoria Regional Eleitoral e no Ministério Público do Rio.

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