O que são os 'Epstein Files'? Entenda acusação de Musk contra Trump
Após romper laços com Donald Trump, Elon Musk acusou o presidente dos Estados Unidos de participação no escândalo sexual de prostituição e explorações de menores do empresário Jeffrey Epstein, que morreu em 2019.
O que aconteceu
Musk e Trump romperam laços definitivamente. O bilionário já havia deixado cargo no governo norte-americano na semana ada, mas, hoje, os ex-amigos trocaram farpas publicamente com graves acusações feitas pelo dono da SpaceX.
O embate teve início após Trump afirmar que Musk ficou "louco" por ser retirado de governo. Em resposta, Elon afirmou que o presidente norte-americano não divulgou a íntegra dos documentos do caso Epstein porque ele aparece nos arquivos, ou seja, o republicano chegou a frequentar as polêmicas festas patrocinadas pelo empresário já falecido, segundo o sul-africano.
Liberar a íntegra dos documentos do caso Epstein era uma das promessas de Trump. No entanto, a Casa Branca divulgou em fevereiro apenas uma pequena parte dos arquivos com dados da investigação conduzida pelas autoridades norte-americanas e reteve centenas de páginas do processo, que seguem sob sigilo.
O escândalo Epstein envolve algumas das principais personalidades do mundo, de políticos a celebridades, e até a realeza britânica. O empresário Jeffrey Epstein, que construiu um império bilionário como financista, foi acusado de liderar uma rede de prostituição e exploração de menores nos anos 2000.
Entenda o caso Jeffrey Epstein
Epstein foi preso pela primeira vez em 2008, quando foi sentenciado a 13 meses de prisão. Na época, os pais de uma menina de 14 anos denunciaram à polícia que o empresário havia abusado sexualmente da garota em sua mansão. Outras possíveis vítimas foram descobertas e foram encontradas fotos de meninas na casa dele.
Jeffrey se livrou de pegar prisão perpétua. O bilionário fechou um polêmico acordo que o livrou de ficar encarcerado pelo resto da vida e fez com que ele fosse registrado na lista federal de criminosos sexuais. Enquanto preso, podia sair para trabalhar seis dias por semana.
Ele voltou a ser preso em 2019 acusado de tráfico sexual. Jeffrey foi acusado de traficar dezenas de meninas, de explorá-las e abusá-las sexualmente. Desse caso, o bilionário se declarou inocente e sempre negou as acusações. Após um mês na cadeia, ele foi encontrado na cela e foi declarado morto aos 66 anos. A causa da morte foi suicídio.
Muitas dessas jovens foram aliciadas pela socialite Ghislaine Maxwell, ex-noiva e amiga de Epstein. Ela foi presa em 2020 e sentenciada a ar 20 anos na prisão.
Trechos de documentos do caso Epstein foram divulgados na imprensa e revelaram que famosos e políticos participaram das polêmicas festas do empresário. Personalidades como Leonardo DiCaprio, Cameron Diaz, Cate Blanchett, Bruce Willis, Kevin Spacey, George Lucas e Naomi Campbell foram citados, mas nenhum deles foi acusado de praticar algum crime.
Políticos como o ex-presidente Bill Clinton e o atual mandatários dos EUA, Donald Trump, também são citados em documentos. Os dois, porém, não receberam acusações formais de crime algum.
Membro da realeza britânica, o príncipe Andrew já respondeu a processo de abuso sexual relacionado ao caso Epstein. O príncipe foi acusado de manter relações sexuais com uma menor por intermédio do empresário em uma "orgia com várias menores de idade". Na época, o Palácio de Buckingham destituiu Andrew de seus deveres militares e de seu título real.
Escândalo sexual de Epstein foi narrado na série documental "Sobrevivendo a Jeffrey Epstein". A produção conta detalhes do caso e mostra como o bilionário usou de sua fortuna, poder e relação com poderosos dos EUA para se escapar por tanto tempo da Justiça.