Israel deportará oito ativistas que estavam em barco para Gaza

JERUSALÉM (Reuters) - Oito ativistas pró-palestinos, incluindo uma eurodeputada sa, serão em breve deportados à força de Israel, três dias depois que a Marinha israelense os impediu de navegar para Gaza, disseram seus consultores jurídicos na quinta-feira.

Quatro outros membros da tripulação de 12 pessoas a bordo da embarcação beneficente, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, concordaram em deixar Israel voluntariamente na terça-feira, horas depois que a Marinha os levou para terra.

Os outros oito tripulantes se recusaram a sair, acusando Israel de agir ilegalmente, e foram mantidos em um centro de detenção enquanto um tribunal israelense analisava sua situação legal.

No entanto, o grupo de direitos israelense Adalah, que forneceu assistência jurídica aos ativistas, disse que o grupo havia perdido sua batalha contra a repatriação.

A eurodeputada sa Rima Hassan e cinco outros ativistas foram levados para o aeroporto de Tel Aviv e serão levados para fora do país nas próximas 24 horas, disse Adalah em um comunicado. Os dois membros restantes da tripulação serão expulsos na tarde de sexta-feira.

"Sua detenção contínua e deportação forçada são ilegais e fazem parte das violações contínuas das leis internacionais por parte de Israel", afirmou o Adalah em um comunicado.

Não houve confirmação imediata por parte de Israel, que no início da semana criticou a missão marítima rumo a Gaza como um golpe publicitário pró-Hamas.

"Greta e seus amigos trouxeram uma pequena quantidade de ajuda em seu iate de celebridades. Isso não ajudou o povo de Gaza. Isso não ou de um truque ridículo", disse o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, a repórteres na terça-feira.

Israel impôs um bloqueio naval a Gaza desde que o Hamas assumiu o controle do enclave costeiro em 2007. O bloqueio se intensificou significativamente depois que militantes liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando mais de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, segundo os cálculos israelenses.

Desde então, a ofensiva de retaliação de Israel contra o Hamas matou quase 55.000 palestinos, de acordo com autoridades de saúde de Gaza, e reduziu grande parte do território a escombros.

(Reportagem de Nuha Sharaf)