Governo corrige distorções com MP que compensa recuos no IOF, diz Haddad
(Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quinta-feira a medida provisória editada pelo governo para compensar os recuos nos aumentos das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), apontando que a proposta equilibra o pagamento de tributos por instituições financeiras e corrige distorções ao taxar os rendimentos de títulos isentos.
Falando a repórteres em Brasília, Haddad afirmou ainda que a medida não afeta a população ao mirar bancos e apostas esportivas, que também terão taxação maior, segundo o texto da MP, publicado em edição extra do Diário Oficial da União na quarta-feira.
"É bet e banco que estamos falando. E aí parece que estamos afetando o dia a dia da população? Ao contrário", disse. "Nós temos que corrigir as distorções nas contas públicas."
O objetivo do governo é arrecadar em 2026 o equivalente a 5% do montante de R$800 bilhões em renúncias fiscais existentes atualmente, de acordo com o ministro, o que corresponde a R$40 bilhões.
Segundo ele, para alcançar a meta fiscal deste ano o governo conta com uma arrecadação de cerca de R$20 bilhões da medida editada na noite de terça-feira, além de pagamentos extraordinários de estatais e leilões de excedentes de petróleo do pré-sal.
Os valores oficiais de impacto da MP não foram apresentados pelo Ministério da Fazenda.
(Por Bernardo Caram, em Brasília)