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Corinthians: Como estão discussões para a reforma estatutária

Entrada principal do Parque São Jorge, sede social do Corinthians - Reprodução/Wikipedia
Entrada principal do Parque São Jorge, sede social do Corinthians Imagem: Reprodução/Wikipedia

05/06/2025 05h00

As discussões para a reforma estatutária do Corinthians estão tomando conta das alamedas do Parque São Jorge nos últimos dias. A pauta ganhou ainda mais força após um protesto das torcidas organizadas, na última terça (4). Elas invadiram a sede social do clube, exigiram mudanças e, dentre elas, pediram um estatuto modernizado.

O que aconteceu

Presidente da principal uniformizada do clube, Gaviões da Fiel, Alexandre Domênico pediu aos conselheiros que os sócios do programa Fiel Torcedor tenham direito a voto no Corinthians.

Vamos conversar com o Conselho para ar a nossa pauta da mudança do estatuto, que é o Fiel Torcedor ter direito a voto. Depois nós vamos conversar com os sócios do clube, precisamos de todo mundo. Esse modelo atual, em que quatro mil pessoas decidem o futuro do Corinthians, está ultraado. O corintiano de todo o lugar do mundo deve ter o direito de escolher o presidente. É isso que a gente quer.
Alexandre Domênico, presidente da Gaviões da Fiel

O debate, contudo, não começou agora. Pelo contrário. As conversas são de longa data e tiveram início em meados de fevereiro de 2024, lideradas por Romeu Tuma Júnior, principal entusiasta do projeto.

Naquele mês, foi constituída uma Comissão de Reforma do Estatuto do Corinthians. O órgão era presidido por Antonio Goulart dos Reis, recentemente nomeado diretor de relações institucionais do clube por Osmar Stabile, presidente interino do Timão desde o afastamento de Augusto Melo. Com a saída de Goulart da Comissão, um novo nome ocupará o cargo.

O pré-projeto para a reforma estatutária já foi devidamente concluído. No decorrer do ano ado, houve uma série de audiências públicas e reuniões com todas as chapas do clube e com torcedores de todas as organizadas, como confirmou a Gaviões da Fiel em nota publicada na última quarta-feira. Todas apresentaram propostas que foram contempladas pelo Conselho Deliberativo para a elaboração do novo estatuto, que está em estágio avançado.

O rito, entretanto, foi paralisado em virtude da abertura do processo de impeachment contra Augusto Melo por conta do caso VaideBet. Como o tema virou pauta principal das reuniões do Conselho, não houve avanço desde então. O entendimento é que sequer havia clima entre os membros para promover tais debates sobre o estatuto naquele momento.

As discussões serão retomadas logo após a Assembleia Geral dos sócios, última instância do processo de destituição, marcada para o dia 9 de agosto de 2025, das 9h às 17h (de Brasília), no Parque São Jorge.

ada a Assembleia, haverá uma nova reunião com todas as lideranças das chapas do clube para definir o sistema de votação, entre outros tópicos. Isso porque o texto pode ser votado por completo, em uma única reunião, ou por blocos, o que demandaria mais encontros. Ainda há possibilidade e tendência de alterações no projeto, que estava pré-finalizado.

Assim que o texto estiver pronto, o Conselho irá deliberar a aprovação do novo estatuto para que, posteriormente, ele seja votado em uma Assembleia Geral, com a presença dos associados. Se aprovado, entrará em vigor de maneira imediata.

Como apurou a Gazeta Esportiva, membros do Conselho Deliberativo do clube acreditam que todo o processo será finalizado até o final de 2025.

Conselho tira lições de ato de Augusto Melo

O ato de Augusto Melo no último sábado, dia 31 de maio, deixou o Conselho Deliberativo do Corinthians em alerta. O presidente teve apoio de três membros da Comissão de Ética e uma das secretárias do CD para tentar reassumir a presidência do clube por meio de documentos que sequer eram oficiais.

Os personagens não tiveram sucesso, mas o ato abriu os olhos do Conselho. Integrantes do CD entendem que o novo Estatuto não pode dar margem para novas interpretações, como aquela do último dia 31. Esta, portanto, deve ser uma das pautas de discussão no segundo semestre para que o texto fique ainda mais completo.

Fiel torcedor poderá votar?

O direito a voto para sócios-torcedores do clube é uma das principais pautas da reforma estatutária do Corinthians. Foi, inclusive, a proposta apresentada pela Gaviões da Fiel ao presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior.

O pedido foi atendido no pré-projeto, mas alguns pontos ainda precisam ser debatidos. Os conselheiros discutem se irão criar um novo plano para o programa Fiel Torcedor ou estipular regras para definir qual sócio-torcedor terá direito a participar das eleições. Como, por exemplo, a partir de qual idade um sócio poderá votar, quantos anos de adimplência para ter o direito, entre outros quesitos.

De todo modo, esta será uma das novidades do novo estatuto do Corinthians. Atualmente, o colégio eleitoral é formado por aproximadamente 4,5 mil associados do clube social. Alguns dos critérios são: ter mais de cinco anos de associação, ser o titular do plano e estar com as mensalidades em dia. Com a mudança que está por vir, o colégio eleitoral aumentará. Resta saber diante de quais regras.

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