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Haddad: Mudanças no IOF serão anunciadas após reunião de líderes no domingo

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/06/2025 15h54Atualizada em 03/06/2025 19h23

O anúncio de medidas alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para equilibrar as contas públicas neste ano só será feito depois da anuência dos líderes dos partidos no Congresso Nacional, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

As medidas foram combinadas em almoço na tarde de hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, David Alcolumbre (União Brasil-AP), além da ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. As decisões, porém, ainda serão discutidas com o colégio de líderes em uma reunião no próximo domingo (8). Havia a expectativa de que elas fossem divulgadas hoje.

O que aconteceu

Segundo Haddad, Motta e Alcolumbre pediram que o anúncio fosse adiado porque desejam ouvir a opinião do colégio de líderes do Congresso. Em entrevista coletiva à imprensa no meio da tarde após se encontrar com Lula no Palácio da Alvorada, o ministro da Fazenda disse que o governo decidiu respeitar o pedido, até porque é necessária a aprovação de pelo menos uma parte das medidas para rever o decreto de aumento do IOF.

Devemos ter uma reunião no domingo com os líderes. Enquanto isso, vamos trabalhar uma apresentação formal das medidas com gráficos de impacto para haver uma compreensão precisa do que estamos dizendo. Não vou adiantar [quais são as medidas] porque eu estaria sendo deselegante com os líderes com que vou me encontrar no domingo.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Também participaram da coletiva o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), Motta e Alcolumbre, os quais tentaram demonstrar união. Alckmin classificou o adiamento do anúncio como "maturidade" e demonstração de "compromisso com o Brasil e compromisso com o interesse público, o interesse coletivo". O presidente do Senado endossou a fala de Alckmin ao elogiar a relação entre os Poderes.

A quem interessa a disputa do Poder Legislativo com o Poder Executivo? A disputa do Judiciário com o Legislativo? A disputa do Legislativo com o Judiciário? Não interessa à sociedade brasileira.
Davi Alcolumbre, presidente do Senado

Por ora, as alíquotas do IOF permanecem nos mesmos níveis definidos no final de maio. Em 22 de maio, foi anunciado o aumento do imposto para compras de moeda estrangeira, compras no exterior, empréstimos e crédito para empresas, dentre outras transações financeiras. A previsão do governo com a elevação do imposto era arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e em R$ 41 bilhões no ano que vem. No dia 23, diante de uma reação fortemente negativa no país, o governo voltou atrás nas alíquotas referentes a investimentos de pessoas físicas no exterior e às transferências para aplicações de fundos nacionais no exterior.

A novela do IOF

Haddad, Motta, Alcolumbre e Gleisi se encontraram com Lula no Palácio da Alvorada nesta tarde para discutir as mudanças. Eles levaram ao presidente os detalhes do acordo que costuraram ontem. Para convencer Motta e Alcolumbre, Haddad levou dois técnicos, um da Fazenda e outro da Casa Civil, que explicaram aos dois as alternativas que havia recebido de alguns parlamentares.

Antes da reunião, o ministro disse que via as mudanças como reforma estrutural. "Não é uma coisa para resolver só 2025. É uma coisa com impacto duradouro ao longo do tempo", disse ele ao chegar no Ministério da Fazenda. "O plano de voo está bem montado."

Reforma ampla é vitória de Motta. Na semana ada, o deputado disse que deu prazo para a equipe econômica apresentar proposta "que seja duradoura, consistente e que evite as gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação, prejudicando o país".

Na coletiva de hoje, Alcolumbre também reforçou a necessidade de reforma maior. "Nós não poderemos rever um decreto se nós antes de não discutirmos uma agenda estruturante do país. Não dá para tratar isoladamente o problema que estamos vivendo nas contas públicas do Brasil", afirmou.

Sem mudanças, o clima no Congresso é de derrubar o aumento do IOF. Em postagem no X na semana ada, Motta chegou a dizer que existe "insatisfação geral dos deputados com a proposta de aumento de imposto" e que "o clima é para derrubada do decreto do IOF na Câmara".

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