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Ativistas do Greenpeace são indiciados por furto após levarem estátua de Macron em museu de Paris

05/06/2025 10h06

O episódio do furto da estátua de Emmanuel Macron teve um novo desdobramento. Nesta quinta-feira (5), dois ativistas do Greenpeace foram acusados ??de "furto qualificado" após levarem a escultura de cera do Museu Grévin, em Paris, na última segunda-feira (2).

Os dois ativistas, uma mulher e um homem, compareceram perante um juiz de instrução no início da tarde, como parte de uma investigação judicial sobre "furto coletivo de um bem cultural em exposição", informou a promotoria de Paris.

A estátua foi devolvida no dia seguinte, segundo informou à AFP a advogada dos ativistas, Marie Dosé. Por isso, a defesa discorda da decisão, argumentando também que a obra não foi danificada.

"Não entendo esta decisão de abrir uma investigação judicial. O Museu Grévin declarou claramente que não houve dano. Cada vez mais, o sistema judiciário está se tornando um instrumento para dissuadir ativistas de exercerem sua liberdade de expressão e opinião", disse a advogada, afirmando também que "a custódia policial ocorreu em condições absolutamente sórdidas".

Ativistas se aram por funcionários

Ainda na segunda-feira, o museu apresentou uma queixa após a descoberta do roubo e, posteriormente, abordou o assunto com humor em seu perfil nas redes sociais.

"As obras só podem ser iradas no local", ironizou o Grévin em sua conta no Instagram. A estátua de cera do chefe de Estado foi roubada na segunda-feira por ativistas do Greenpeace que conseguiram se apossar dela se ando por funcionários do setor de manutenção.

Eles então colocaram a estátua em frente à Embaixada da Rússia, em Paris, como parte de uma breve ação visando denunciar os laços econômicos contínuos entre Paris e Moscou, apesar da guerra na Ucrânia.

Na noite de terça-feira (3), o Greenpeace devolveu a estátua, colocando-a em frente à sede da EDF, gigante sa do fornecimento de energia, em Paris. Ela foi posta diante de uma placa que dizia "Putin-Macron, Aliados Radioativos", após alertar as autoridades.

Segundo Jean-François Julliard, diretor-executivo do Greenpeace França, as duas pessoas presas na segunda-feira eram as que dirigiam o caminhão durante a ação em frente à Embaixada da Rússia, e não as que "pegaram emprestado" a estátua do Museu Grévin.

Marie Dosé também afirma que os dois ativistas ficaram "presos a bancos por horas, arrastados de delegacia em delegacia" e que "um ou a noite sem cobertor e não conseguiu se deitar porque sua cela era muito pequena. O outro teve que dormir no chão porque sua cela comportava muitas pessoas".

Situação que se repete

Esta não é a primeira vez que a escultura de um político francês é roubada. A estátua de cera do ex-presidente Jacques Chirac também foi roubada do museu Grévin, em dezembro de 1983, quando ele era prefeito de Paris, antes de ser encontrada alguns dias depois no zoológico de Vincennes.

A de Georges Marchais, secretário nacional do Partido Comunista Francês (PCF), foi levada por um grupo nacionalista em 1980 e encontrada no Jardin des Plantes, em Paris.

Por fim, durante seu mandato como presidente (1974-1981), a estátua de cera do ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing foi furtada por motociclistas revoltados.

(Com agências)

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