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Quem é o senador latino algemado após confrontar secretária de Trump

Senador Alex Padilla é contido e algemado por agentes federais durante coletiva do governo Trump - Reprodução/Redes Sociais
Senador Alex Padilla é contido e algemado por agentes federais durante coletiva do governo Trump Imagem: Reprodução/Redes Sociais
do UOL

Colaboração para o UOL

13/06/2025 12h14

Imobilizado e algemado por agentes federais durante uma coletiva do governo Trump, o senador democrata Alex Padilla é o primeiro latino a representar a Califórnia no Senado dos Estados Unidos.

O que aconteceu

Filho de imigrantes mexicanos, Alex Padilla nasceu em Los Angeles em 1973. Seu pai era cozinheiro, e a mãe, faxineira. A família é originária de Jalisco e Chihuahua, segundo perfil publicado pelo Los Angeles Times.

Decidiu entrar para a política aos 21 anos, após a aprovação da Proposição 187, que restringia serviços públicos a imigrantes. A medida foi apresentada por grupos conservadores da Califórnia e patrocinada pelo então governador republicano Pete Wilson. Ela proibia o o de imigrantes sem documentação a saúde, educação e assistência social, e foi aprovada em 1994, quando Padilla se formava em engenharia pelo MIT, sigla para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Ele viu na proposta um ataque direto a famílias como a dele e ou a se envolver com mobilizações comunitárias. Cinco anos depois, aos 26, foi eleito vereador em Los Angeles, dando início à carreira pública e se tornando uma das lideranças latinas em ascensão no estado.

Foi senador estadual e secretário de Estado da Califórnia antes de chegar ao Senado. No cargo estadual, destacou-se por implementar o registro automático de eleitores e expandir o voto por correio — ações que o tornaram figura de destaque nacional, conforme destacou a NPR.

Em 2021, tornou-se o primeiro latino no Senado dos EUA pela Califórnia. Foi indicado pelo governador Gavin Newsom para ocupar a vaga deixada por Kamala Harris e venceu a eleição seguinte para um mandato completo, segundo a Associated Press.

Sua primeira proposta no Senado foi voltada à cidadania de imigrantes essenciais durante a pandemia. O projeto, chamado Citizenship for Essential Workers Act, propõe a criação de um caminho para regularização de imigrantes sem documentação que atuaram em setores fundamentais, como saúde, agricultura e serviços urbanos, durante a crise da covid-19.

Presidiu por seis anos a principal comissão legislativa de energia da Califórnia. À frente da Comissão de Energia, Utilidades e Comunicações do Senado estadual, Padilla foi uma das figuras-chave na criação de políticas climáticas ambiciosas, na expansão do o à internet e na modernização da rede elétrica do estado.

É o primeiro latino a presidir a Subcomissão de Imigração, Cidadania e Segurança de Fronteiras no Senado. Também integra os comitês de Orçamento; Meio Ambiente; Energia e Recursos Naturais; Justiça; e Regras.

Padilla é conhecido por defender causas como imigração, inclusão e combate à desigualdade. Também atua em pautas ambientais, direitos trabalhistas e combate à desinformação eleitoral, conforme entrevistas concedidas à PBS NewsHour e NBC News.

Algemado e expulso

O senador foi imobilizado durante coletiva do governo Trump. O episódio ocorreu na quinta-feira (12), em Los Angeles, durante evento da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, segundo noticiou a Reuters.

Ele tentou questionar ações de imigração e foi contido por agentes federais. Testemunhas afirmam que Padilla foi forçado a deitar no chão, teve os braços algemados e foi retirado do local diante de jornalistas, como mostram vídeos publicados pela CBS News e pelo portal The Hill.

Governo alegou que o senador não se identificou corretamente. Segundo nota do Departamento de Segurança Interna enviada à imprensa, Padilla estaria sem credencial visível e teria desobedecido às orientações dos seguranças.

Aliados de Padilla falam em abuso de autoridade. A senadora Elizabeth Warren e o governador Gavin Newsom classificaram a ação como "autoritária" e "perigosa", segundo reportagens da CNN e do San Francisco Chronicle.

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