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Pontificado de Leão XIV faz sua primeira nomeação de um bispo chinês

11/06/2025 14h11

O Vaticano anunciou, nesta quarta-feira (11), a primeira nomeação de um bispo chinês desde o início do pontificado de Leão XIV, em uma demonstração da vontade do papa de continuar com o acordo alcançado pela Santa Sé e a China em 2018, muito criticado.

Na China vivem cerca de 12 milhões de católicos, divididos desde os anos 1950 entre uma Igreja oficial, controlada por Pequim, e uma Igreja clandestina que permaneceu fiel a Roma.

O acordo, cujo conteúdo não foi divulgado, busca reunir os católicos chineses concedendo ao papa a última palavra sobre a nomeação dos bispos.

O acordo foi renovado pela última vez em outubro de 2024, por quatro anos. No entanto, sua implementação tem gerado controvérsias em alguns setores, e nomeações foram feitas sem autorização do sumo pontífice.

A Santa Sé expressou sua "satisfação" ao ver que as autoridades chinesas reconheceram a nomeação de Giuseppe Lin Yuntuan, de 73 anos, como bispo auxiliar de Fuzhou (capital da província chinesa de Fujian), realizada em 5 de junho pelo papa americano.

"Este acontecimento constitui um novo fruto do diálogo entre a Santa Sé e as autoridades chinesas e uma etapa importante no caminho comunitário da diocese", afirmou o Vaticano em um comunicado.

No final de abril, no período entre a morte do papa Francisco e a eleição de Leão XIV, Pequim realizou a "eleição" de dois bispos nas dioceses de Xangai e Xinxiang, o que foi interpretado como uma iniciativa do Partido Comunista da China para aproveitar o vazio institucional em Roma e consolidar sua dominação sobre os católicos do país.

O acordo tem sido muito criticado na Igreja, especialmente pela ala mais conservadora, e há quem veja nele um controle por parte de Pequim sobre os católicos da China, em um contexto de restrição da liberdade religiosa.

Com esta nomeação, Robert Francis Prevost, escolhido em 8 de maio, demonstra sua vontade de continuar com o pacto, apesar das críticas.

A Santa Sé e a China não têm relações diplomáticas oficiais porque o Vaticano faz parte da dezena de Estados que reconhecem Taiwan como um país independente, algo que Pequim rejeita.

cmk/max/jvb/mb/lm/am

© Agence -Presse

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