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Milei anuncia que Argentina transferirá sua embaixada em Israel para Jerusalém em 2026

11/06/2025 14h26

O presidente argentino, Javier Milei, afirmou nesta quarta-feira (11) perante o Parlamento israelense que a anunciada transferência da embaixada de seu país para Jerusalém será efetivada em 2026.

Diante do Knesset, onde compareceu como convidado por ocasião de sua segunda visita a Israel, Milei disse sentir-se "orgulhoso" em informar que "faremos efetiva a mudança da embaixada argentina" para Jerusalém Ocidental em 2026, desde sua sede atual, perto de Tel Aviv.

Eleito presidente da Argentina em novembro de 2023, Milei reservou sua primeira visita ao exterior para Israel e anunciou, assim que chegou ao aeroporto Ben Gurion, seu "projeto" de transferir a embaixada do país para "Jerusalém Ocidental", atualmente localizada em Herzliya, ao norte de Tel Aviv.

Somente os Estados Unidos, Paraguai, Guatemala, Honduras, Kosovo e Papua-Nova Guiné possuem embaixada em Jerusalém, algo que rompe com o consenso internacional.

O estatuto de Jerusalém é uma das questões mais delicadas do conflito entre israelenses e palestinos. Israel, que conquistou Jerusalém Oriental durante a guerra árabe-israelense de 1967, anexou-a, ato que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.

A maioria das embaixadas estrangeiras permanece em Tel Aviv para não interferir no resultado das negociações entre israelenses e palestinos sobre o estatuto definitivo da cidade.

O plano de partilha da Palestina votado pela ONU em 1947 previa um estatuto especial e internacional para Jerusalém, dada sua importância para judeus, cristãos e muçulmanos.

Mas, após a primeira guerra árabe-israelense, a cidade foi dividida em duas: a parte ocidental sob controle israelense e a oriental sob controle jordaniano.

Em um discurso proferido nesta quarta-feira, antes do de Milei, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que "a cidade de Jerusalém jamais será dividida novamente".

A disputa sobre o estatuto de Jerusalém e a presença de embaixadas estrangeiras voltou a ganhar notoriedade em dezembro de 2017, quando o presidente Donald Trump rompeu com décadas de consenso internacional ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o que causou grande revolta entre os palestinos e indignação na comunidade internacional.

Num momento em que o governo israelense enfrenta crescente pressão internacional por causa da guerra na Faixa de Gaza ? onde a situação humanitária é desastrosa ?, Milei fez questão de expressar seu apoio.

"Queremos, como nação, estar firmes ao lado de vocês enquanto atravessam estes dias sombrios", disse Milei na terça-feira ao presidente israelense, Isaac Herzog.

"Não nos curvaremos diante da crítica fruto da covardia ou da cumplicidade com a barbárie", acrescentou.

bur-bfi/ila/jvb/mb/lm/am

© Agence -Presse

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