Dólar recua com alta de petróleo e IPCA benigno, à espera de sinais sobre tarifas
O dólar opera em baixa no mercado à vista nesta terça-feira, 10, após a desaceleração do IPCA de maio, a +0,26%, exatamente no piso das projeções dos analistas financeiros. Apesar do alívio nos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) ainda deve elevar a Selic novamente na reunião da semana que vem, desta vez em 0,25 ponto porcentual, avalia a Capital Economics, em relatório. Essa perspectiva favorece o carry trade e ajuda a apoiar a divisa brasileira.
A inflação medida pelo IPCA, subiu 0,26% em maio, desacelerando ante os 0,43% registrados em abril, segundo o IBGE. As projeções dos analistas variavam entre 0,26% e 0,43%, com mediana de 0,34%. No acumulado do ano, a inflação soma 2,75%, e em 12 meses, 5,32%, dentro das expectativas do mercado.
O cenário fiscal interno segue também no radar, após o ministro da Fazenda e o presidente da Câmara sinalizarem disposição para discutir medidas mais estruturais de corte de gastos primários, como redução de subsídios, das despesas com BPC, Fundeb, fundos de participação de Estados e municípios (FPE e FPM) e emendas.
Investidores também ajustam suas posições de olho no recuo persistente dos rendimentos dos Treasuries e da divisa americana frente alguns pares emergentes do real em meio a expectativas pelo desfecho das conversas comerciais entre EUA e China em Londres e pelo dado de inflação ao consumidor (I) dos EUA em maio, na quarta (11).
O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou nesta terça que as negociações comerciais com a China estão "indo bem" e que ambos os lados "conversaram o dia todo ontem (segunda) e conversarão o dia todo hoje".
O petróleo seguia em alta, enquanto o minério de ferro recuou 0,85% em Dalian, com preocupações persistente sobre a demanda chinesa por metais e no aguardo de sinais sobre a evolução da nova rodada de conversas entre EUA e China
Na agenda do dia, o IGP-M recuou 0,74% na primeira prévia de junho, após alta de 0,18% na mesma leitura de maio, segundo a FGV.
Os preços pagos pelo consumidor pelo arroz, feijão, ovos, frango, tomate e laranja caíram em um ano, segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.
O Japão inicia nesta terça auditoria no Brasil para a vistoria do sistema sanitário brasileiro, em missão que se estende até sexta-feira (13) para avaliar uma eventual abertura de mercado para carne bovina, segundo o Ministério da Agricultura.