Rússia ameaça 'guerra nuclear' se Ucrânia tentar retomar territórios

A Rússia alertou para o risco de uma possível guerra nuclear caso a Ucrânia e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tentem retomar os territórios ucranianos atualmente ocupados por tropas russas, segundo a agência estatal russa Tass.
O que aconteceu
Conflito nuclear causará fim do planeta, disse assessor de Putin. Vladimir Medinsky, que lidera a delegação russa nas negociações diretas com a Ucrânia pelo fim do conflito, defendeu a de um acordo de "paz real".
Medinsky diz que trégua entre os dois países não é suficiente. Para ele, caso não haja um acordo estabelecendo os limites territoriais, "depois de algum tempo, a Ucrânia, juntamente a Otan e os seus aliados, tentarão reconquistá-los, e isso será o fim do planeta, será uma guerra nuclear".
Segundo assessor, Moscou não quer criar guerra nuclear. "É por isso que queremos parar, fazer uma paz completa e reconhecer os novos territórios", explicou.
Até agora, tentativas de negociar a paz não têm prosperado. Na noite de domingo, a Ucrânia relatou ter abatido 460 de 479 drones enviados em um dos mais pesados ataques de Moscou contra Kiev, além de diversos mísseis. Horas depois, a Rússia anunciou ter assumido o controle de mais um território na região de Dnipropetrovsk.
Rússia controla hoje cerca de um quinto do território ucraniano — aproximadamente 113 mil quilômetros quadrados. No solo, Moscou declarou ter avançado ainda mais na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia. De acordo com mapas pró-ucranianos de fontes abertas, a Rússia conquistou cerca de 450 quilômetros quadrados de território da Ucrânia em maio — o avanço mais rápido em pelo menos seis meses.
Rússia exige 20% do território da Ucrânia para cessar-fogo. Putin manteve as exigências já apresentadas anteriormente para que haja um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, informaram agências estatais russas. Moscou exige que Kiev reconheça a Crimeia, Lugansk, Kherson, Donetsk e Zaporizhzhia como territórios da Rússia — as duas últimas estão entre as maiores cidades da Ucrânia, na quinta e sétima posições, respectivamente.
Moscou quer retirada completa e imediata de militares ucranianos das regiões que deseja anexar. Atualmente, essas cinco regiões estão ocupadas por tropas russas após três anos de investidas militares do Kremlin contra a Ucrânia.
Novas eleições. A Rússia determina que a Ucrânia realize novas eleições em até 100 dias, em um movimento para tirar Volodymyr Zelensky do poder — o mandato do líder ucraniano acabou em maio do ano ado, mas ele permanece no cargo porque o país está sob efeito da Lei Marcial desde a deflagração da guerra, o que impede a realização de um novo pleito.
Caso Kiev concorde com as imposições, um acordo de paz será assinado. O documento prevê o fim das sanções econômicas entre ambas as nações. Anteriormente, Kiev rejeitou proposta similar feita pelo Kremlin.