Pré-candidato à presidência da Colômbia está em 'estado crítico' após ser baleado em comício
O senador colombiano conservador Miguel Uribe, potencial candidato às eleições presidenciais da Colômbia em maio de 2026, ou "com sucesso" por uma cirurgia, após levar dois tiros na cabeça durante um comício em Bogotá, de acordo com o prefeito da capital colombiana neste domingo (8).
Segundo testemunhas e vídeos publicados em redes sociais, o senador, de 39 anos, estava discursando em um comício de pré-campanha na zona oeste de Bogotá quando disparos foram ouvidos.
Os paramédicos que atenderam Uribe, informaram que ele foi atingido duas vezes na cabeça e uma no joelho.
Levado de helicóptero para a clínica Santa Fé, na capital, ele "ou pela cirurgia inicial", anunciou o prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, acrescentando que o senador havia entrado em "horas críticas" para sua sobrevivência.
"Ele está lutando por sua vida", postou a esposa de Uribe na conta X do senador.
Segundo a polícia, o suspeito do crime é um menor de idade, que atirou no político por volta das 17h30, no horário local (19h30 em Brasília). Ferido na perna, ele foi dominado pelos guarda-costas de Uribe, informou o chefe de polícia Carlos Fernando Triana a repórteres.
Outras duas pessoas, um homem e uma mulher, também ficaram feridas, e uma arma de fogo foi recuperada, segundo a polícia.
Os motivos do ataque não foram imediatamente determinados. O Ministério da Defesa garantiu que os serviços de segurança estão fazendo todo o possível para esclarecer o caso.
Uribe é membro do principal partido de direita colombiano, o Centro Democrático, liderado pelo influente Álvaro Uribe, chefe de Estado entre 2002 e 2010.
O ex-presidente - que não tem parentesco com o senador, apesar de terem o mesmo sobrenome - disse que o ataque era um atentado contra "uma esperança para a pátria".
O governo do presidente de esquerda Gustavo Petro, por sua vez, "condenou o ataque de forma categórica e contundente".
"Este ato de violência é um atentado não apenas à integridade física do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política na Colômbia", enfatizou a presidência em comunicado.
"Respeitar a vida é a linha vermelha. A Colômbia não deve matar seus filhos", escreveu Petro na rede social X.
Em discurso no sábado à noite, Petro falou de um "dia de dor" para a Colômbia e prometeu investigações completas para encontrar os culpados. "O mais importante hoje é que todos os colombianos se concentrem de todo o coração, com toda a sua vontade de viver (...) na sobrevivência do Dr. Miguel Uribe", acrescentou.
O senador Uribe anunciou em outubro que aspirava ser eleito presidente em 2026 para suceder a Gustavo Petro, de quem é um crítico ferrenho.
Embora a campanha oficial para as eleições de maio de 2026 ainda não tenha sido aberta, vários candidatos já começaram a defender suas candidaturas declaradas.
Recompensa
O Ministro da Defesa, Pedro Sánchez, condenou o ataque e anunciou na rede social X que as autoridades estavam oferecendo uma recompensa de aproximadamente US$ 725.000 (cerca de 4 milhões de reais) por informações que levassem à captura dos responsáveis.
"Os Estados Unidos condenam a tentativa de assassinato com a maior veemência possível", disse o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmando que o ataque era "resultado de retórica violenta de esquerda". ele pediu a Petro que "moderasse" seus comentários e "protegesse os senadores colombianos".
O escritório da ONU na Colômbia condenou "veementemente" o ataque. "Estamos confiantes de que as autoridades esclarecerão os fatos e punirão" os autores, afirmou o jornal no X.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, e a líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado expressaram apoio à família do senador no X.
Miguel Uribe é neto de Julio Cesar Turbay, presidente entre 1978 e 1982, e filho de Diana Turbay, jornalista sequestrada pelo ex-traficante Pablo Escobar antes de ser morta durante uma operação de resgate militar em 1991.
Senador desde 2022, Miguel Uribe atuou anteriormente como secretário de governo na capital, Bogotá. Ele também tentou, sem sucesso, concorrer à prefeitura em 2019.
(Com AFP)