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Funcionários de aeroporto de Paris são indiciados por participação em tráfico de cocaína entre França e Brasil

07/06/2025 13h38

Uma rede de tráfico de cocaína que operava há vários meses entre a França e o Brasil e envolvia carregadores de bagagem no aeroporto Roissy-Charles-de-Gaulle, em Paris, foi desmantelada por forças especializadas. Oito pessoas foram presas e, dentre elas, sete foram indiciadas, segundo informações das autoridades sas neste sábado (7).

As oito prisões foram feitas em 3 de junho em outras seis cidades sas, como parte de uma operação que mobilizou 105 policiais e vários serviços especializados. As prisões foram parte de uma investigação judicial aberta em 22 de janeiro pelo Ministério Público da Jurisdição Especializada Inter-regional de Paris (JIRS) por tráfico organizado de drogas, conspiração criminosa e lavagem de dinheiro, de acordo com uma fonte judicial.

Sete dos presos foram indiciados na sexta-feira (6), segundo a fonte. Dois deles foram colocados em prisão preventiva, quatro sob supervisão judicial e o último solicitou uma audiência adiada perante o juiz de liberdades e detenção.

Quase € 500 mil (cerca de R$ 3,16 milhões) em ativos criminosos e pouco mais de € 100 mil em dinheiro foram apreendidos durante a operação realizada em 3 de junho, juntamente com cinco veículos, uma casa, itens de luxo (roupas, perfumes, joias, etc.) e uma arma de fogo.

Agentes aeroportuários envolvidos

A operação "ilustra a capacidade de organizações criminosas de subornar agentes aeroportuários, especialmente visando gerentes de nível médio que não são conhecidos pela lei", disse uma fonte da polícia.

No final de 2024, duas caixas contendo 45 blocos de cocaína, totalizando 50 kg, foram descobertas durante uma verificação de segurança no aeroporto pela Seção de Pesquisa de Transporte Aéreo (SRTA), informou a polícia, confirmando uma reportagem do jornal Le Parisien.

Após a identificação deste carregamento de drogas do Brasil com destino ao Aeroporto Charles-de-Gaulle, uma investigação foi confiada à SRTA para determinar a origem do tráfico.

"As notícias nos familiarizaram frequentemente com o tema das mulas de dinheiro, mas relativamente pouco com os cúmplices do aeroporto, que, no entanto, são muito procurados por organizações criminosas", disse um funcionário da SRTA à AFP.

A implementação de técnicas especiais de investigação permitiu identificar o escopo da rede, que atuava principalmente em Seine-Saint-Denis, na região metropolitana nos arredores de Paris, e contava com vários funcionários e gerentes de uma empresa aeroportuária para transportar de 20 kg a 50 kg de cocaína por mês, segundo os policiais.

"É isso que é extremamente interessante neste caso: conseguimos implicar gestores e agentes. Normalmente, são os agentes que são presos, e é difícil rastrear as acusações até os gestores que se beneficiam da proteção do sistema aeroportuário", acrescentou o funcionário.

(Com informações da AFP)

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