Projeto de corte de impostos de Trump somará US$2,4 tri à dívida dos EUA, diz agência do Congresso
Por Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - O Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos divulgou nesta quarta-feira uma estimativa revisada do custo do projeto de lei de redução de impostos do presidente Donald Trump, aprovado pela Câmara dos Deputados, concluindo que ele adicionará US$2,4 trilhões à dívida do governo federal, hoje de US$36,2 trilhões.
A nova avaliação surge um dia após o principal aliado de Trump, o bilionário Elon Musk, criticar o projeto de lei como uma "abominação repugnante", dando novo apoio aos republicanos que têm resistido ao projeto.
Uma estimativa anterior do escritório previu que o projeto de lei republicano, aprovado em 22 de maio sem apoio democrata, adicionaria cerca de US$3,8 trilhões à dívida federal na próxima década.
O projeto de lei reduziria as receitas do governo federal em US$3,67 trilhões ao longo de uma década, segundo a previsão, enquanto diminuiria os gastos em US$1,25 trilhão.
O número de pessoas nos EUA sem plano de saúde aumentaria em 10,9 milhões até 2034 devido ao projeto de lei, segundo o escritório. Desse número, estima-se que 1,4 milhão de pessoas seriam imigrantes sem documentação que não estariam mais cobertos por programas financiados pelos Estados.
A atualização não inclui uma previsão sobre os possíveis efeitos macroeconômicos da legislação. Os republicanos argumentam que a prorrogação dos cortes de impostos e a inclusão de novos incentivos estimularão ainda mais a economia.
Eles apresentaram argumentos semelhantes em 2017 de que as reduções de impostos se pagariam por si mesmas ao estimular o crescimento econômico, mas o escritório estima que as mudanças aumentaram o déficit federal em pouco menos de US$1,9 trilhão ao longo de uma década, mesmo quando incluem efeitos positivos.
O projeto de 1.100 páginas estenderia os cortes de impostos aprovados em 2017 durante o primeiro mandato de Trump, cancelaria muitos incentivos de energia verde aprovados pelo ex-presidente Joe Biden e restringiria a elegibilidade para programas de saúde e alimentação voltados aos pobres.
Também financiaria a repressão de Trump à imigração, acrescentando dezenas de milhares de guardas de fronteira e criando a capacidade de deportar até 1 milhão de pessoas por ano.
Os democratas criticam o projeto por beneficiar desproporcionalmente os mais ricos e, ao mesmo tempo, cortar benefícios para os trabalhadores norte-americanos. A medida está agora aguardando ação no Senado.
A nova estimativa do escritório leva em consideração mudanças recentes que foram feitas no projeto de lei enquanto os líderes republicanos o conduziam para aprovação.
(Reportagem de Richard Cowan e Bo Erickson)