Governo boliviano denuncia Evo Morales por 'terrorismo' devido a bloqueios de estradas
O governo boliviano denunciou, nesta quinta-feira (5), ao Ministério Público, o ex-presidente Evo Morales por terrorismo e outros sete crimes, após a divulgação de um suposto áudio em que ele ordena o isolamento de La Paz com bloqueios de estradas, anunciou o ministro da Justiça.
Durante quatro dias, partidários de Morales (2006-2019) paralisaram as principais vias do centro da Bolívia, especialmente no departamento de Cochabamba, seu reduto político.
Eles exigem a renúncia do presidente Luis Arce, a quem culpam pela crise econômica e por manipular a Justiça e o órgão eleitoral para excluir Morales das eleições de agosto.
O ministro da Justiça, César Siles, afirmou que os crimes denunciados incluem "terrorismo, incitação pública ao crime, atentados contra a segurança dos serviços públicos [...], obstrução de processos eleitorais", entre outros.
A lei prevê uma pena de 15 a 20 anos por terrorismo, o crime mais grave.
Na quarta-feira, um ex-dirigente próximo a Morales divulgou à imprensa um suposto registro telefônico no qual se ouve uma voz, que ele atribui ao líder cocaleiro, instruindo o fechamento de dois importantes os a La Paz (leste), sede do governo.
"Solicitamos [...] ao Ministério Público que atue com a devida celeridade, que possa rapidamente itir esta denúncia", disse Siles.
De acordo com o governo, nesta quinta-feira foram relatados "mais de 40 pontos de bloqueio" em todo o país.
Desde 2023, a Bolívia atravessa uma crise econômica resultante da escassez de dólares e combustíveis, que desencadeou protestos sociais.
O governo esgotou suas reservas internacionais líquidas para importar combustíveis e vendê-los a preços subsidiados no mercado interno.
"Um novo processo se soma aos 13 que o governo de Arce iniciou contra mim nos últimos meses", escreveu Morales no X, e acrescentou que essa denúncia não acalmará as reivindicações populares.
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