Assembleia do Equador aprova permissão a bases militares estrangeiras no país
Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - A Assembleia Nacional do Equador chancelou nesta terça-feira uma reforma constitucional para permitir a instalação de bases militares estrangeiras no país, parte dos planos do presidente Daniel Noboa de aumentar a cooperação para combater o tráfico de drogas.
A proposta foi apoiada por 82 parlamentares, enquanto 60 votaram contra e seis se abstiveram. Agora, ela deve ser submetida aos eleitores por meio de um referendo em uma data a ser definida pelas autoridades eleitorais.
Noboa, que iniciou um mandato completo no final de maio, disse que a cooperação internacional é necessária para combater os grupos de tráfico de drogas que operam em várias jurisdições.
Segundo parlamentares de seu partido o Equador se tornou um dos principais centros de tráfico de drogas desde que uma base norte-americana foi fechada.
Mas para a oposição, a presença militar estrangeira, por si só, não resolverá os problemas de segurança do país e o governo precisa de um plano claro para combater o crime.
A cidade litorânea de Manta sediou uma base militar dos EUA por uma década, até 2009. O ex-presidente esquerdista Rafael Correa decidiu não renovar as permissões da base e promoveu uma reforma constitucional para proibir bases militares estrangeiras no Equador.
Autoridades equatorianas disseram a aliados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estão interessadas em sediar uma base norte-americana, disseram fontes à Reuters em março.
Noboa e Trump tiveram uma reunião informal logo depois, na Flórida. Nenhum dos dois forneceu muitos detalhes sobre o que discutiram.
O presidente da assembleia, Niels Olsen, é um aliado próximo de Noboa.
(Reportagem de Alexandra Valencia)