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Justiça americana manda Trump suspender tarifas

Carlos Barria - 2.abr.25/Reuters
Imagem: Carlos Barria - 2.abr.25/Reuters
do UOL

Do UOL

29/05/2025 10h28

A Justiça americana derrubou ontem as tarifas impostas por Donald Trump às importações americanas de todos os países do mundo. A decisão dá 10 dias para que as medidas sejam suspensas. O governo afirmou que vai recorrer.

Os três juízes do Tribunal de Comércio Internacional julgaram que Trump não tem o direito de invocar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Nacional (IEEPA), de 1977, para "impor uma tarifa ilimitada a produtos de praticamente qualquer país".

A decisão se aplica a duas categorias de tarifas impostas por Trump: a primeira é uma taxa específica contra o Canadá, México e China; a segunda, imposta a todos os países do mundo (inclusive o Brasil), com alíquota mínima de 10%, mas que pode chegar a 145% sobre produtos chineses.

Uma terceira categoria de tarifas impostas por Trump - contra carros, alumínio, aço e seus derivados - não foi afetada pela decisão de ontem.

Suspensão de tarifas dos EUA anima mercados

Os mercados pelo mundo reagiram com otimismo depois da decisão da Justiça americana que suspendeu as tarifas de Trump.

Na Ásia, as principais bolsas fecharam em alta, com destaque para o índice Nikkei, de Tóquio (1,88%) e Hang Seng, de Hong Kong (1,35%).

Na Europa, as Bolsas também abriram em alta, mas perderam um pouco de fôlego ao longo do pregão. Por volta das 10h (horário de Brasília), o índice CAC 40, de Paris, liderava as altas, com valorização de 0,58%, mas o FTSE, de Londres, estava estável.

Os índices futuros das Bolsas americanas também apontam para uma recuperação, após a queda de ontem. O ouro recuou, e o preço do petróleo no mercado futuro subiu.

Israel anuncia novos assentamentos na Cisjordânia

Israel anunciou hoje a criação de mais 22 assentamentos israelenses na Cisjordânia, território palestino sob ocupação militar desde 1967.

Se levada adiante, será uma das maiores invasões de terras palestinas em décadas na região, onde já há cerca de 160 colônias com 700 mil judeus.

A iniciativa viola resoluções da ONU e é objeto da condenação internacional, inclusive de países aliados de Israel. No ano ado, a Corte de Justiça Internacional afirmou que as colônias "foram estabelecidas e estão sendo mantidas em violação do direito internacional", e que Israel deveria "retirar todos os colonos".

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse que a expansão dos assentamentos "previne o estabelecimento de um Estado palestino, que colocaria Israel em perigo".

A organização de defesa dos direitos humanos israelense B'Tselem condenou o movimento. "Israel continua a promover a supremacia judaica por meio do roubo de terras palestinas e da limpeza étnica na Cisjordânia", disse um porta-voz do grupo.

EUA anunciam retaliação a autoridades estrangeiras

O chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, anunciou ontem que o país vai negar a concessão de vistos para autoridades estrangeiras que, na visão do governo Trump, participarem de ações de censura contra americanos e empresas americanas.

Segundo Rubio, algumas autoridades estrangeiras tomaram "ações flagrantes de censura contra empresas de tecnologia dos EUA e contra cidadãos e residentes norte-americanos, mesmo sem ter autoridade para isso."

A mensagem foi traduzida para o português e replicada no perfil da embaixada dos EUA no Brasil. Segundo o colunista do UOL Jamil Chade, diplomatas brasileiros avaliam que a iniciativa pode ser usada contra o ministro Alexandre de Moraes (STF), que tomou medidas contrárias a redes sociais com sede nos EUA, e outras autoridades do país que são acusadas nos EUA por medidas que prejudicariam os interesses americanos.

Os EUA também anunciaram a suspensão da concessão de vistos para estudantes chineses.

Israel anuncia morte de principal líder do Hamas

Benjamin Netanyahu anunciou a morte de Mohamed Sinwar, considerado por Israel o principal líder do Hamas na Faixa de Gaza.

Segundo o primeiro-ministro israelense, Sinwar foi morto em um bombardeio realizado pelo Exército de Israel em Khan Yunis, no sul do território, no dia 13.

Mohamed era irmão de Yahya Sinwar, líder máximo do Hamas no território até seu assassinato por Israel em 16 de outubro. Ataques israelenses deixaram mais 44 mortos hoje, de acordo com a Defesa Civil da Faixa de Gaza.

O território palestino vive a maior crise humanitária de sua história depois de ar mais de dois meses sem fornecimento de alimentação e remédios e sob intenso bombardeio.

Nesta noite, milhares de pessoas desesperadas por comida invadiram pelo segundo dia consecutivo um armazém do Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA).

Em comunicado, o PMA alertou para "a deterioração da situação" e para "os riscos da limitação da ajuda humanitária a pessoas já famintas com uma necessidade desesperada de assistência".

Rússia propõe segunda reunião direta com a Ucrânia

A Rússia propôs ontem a realização de uma segunda rodada de negociações, direta com a Ucrânia, para a próxima segunda-feira, em Istambul.

O governo da Ucrânia respondeu que está disposto a participar do encontro, mas que gostaria de receber um memorando com as propostas russas antes do encontro.

Segundo a agência de notícias Reuters, uma das condições que Putin imporá para aceitar um acordo de paz é um compromisso por escrito dos países da Otan abrindo mão da expansão da aliança militar liderada pelos EUA para o leste, em direção à Rússia.

A Rússia também que a neutralidade da Ucrânia, a suspensão das sanções internacionais, a liberação dos ativos russos congelados e a proteção à minoria russa na Ucrânia.

De acordo com a Reuters, a informação é de "três fontes russas com conhecimento das negociações". Oficialmente, o governo russo se limita a afirmar que quer um acordo que resolva o que chama de "as raízes" do conflito.

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