Casemiro crê que voltou à Seleção por mérito e brinca sobre trote de Ancelotti: "Canta muito mal"
De volta à Seleção Brasileira depois de um longo período de ausência, o volante Casemiro acredita que não retornou apenas pela parceria com o técnico Carlo Ancelotti. Em entrevista coletiva na manhã deste domingo, pouco antes do treino no CT Dr. Joaquim Grava, do Corinthians, o experiente jogador disse que foi convocado por "méritos".
Casemiro enfrentou uma fase ruim não apenas com a Amarelinha, mas também em seu clube, o Manchester United. Ele amargou o banco de reservas durante boa parte do ano e só conquistou a confiança do técnico Ruben Amorim na reta final da temporada. O meio-campista afirma que foi uma das épocas "mais resilientes" de sua carreira.
"Quando você fica de fora da Seleção, claro que fica triste. É o propósito de todos chegar à Seleção. Mas são decisões dos treinadores, eles precisam tomar uma decisão, infelizmente eu não estava. Nunca deixei de trabalhar e fazer as coisas bem para voltar à Seleção", declarou Casemiro.
"Sem dúvida, esse ano para mim foi um dos mais importantes. Até mesmo por escolhas do treinador, acabei ficando de fora. Mas nunca deixei de trabalhar, esse é o meu grande êxito. Claro que todos querem falar de títulos, mas a partir do momento que você não joga e consegue mudar a opinião de um treinador, volta a jogar e recebe elogios do treinador... É um dos anos mais vencedores e resilientes da minha carreira. Fico feliz de voltar à Seleção com um bom futebol, é o mais importante. Não estou aqui por já conhecer o treinador, mas por merecimento. Sem dúvida, foi um dos anos mais importantes da minha carreira", acrescentou.
No último sábado, Ancelotti enfim ou pelo tradicional 'trote' com o grupo da Seleção Brasileira. O costume consiste em obrigar os novatos a fazer uma apresentação de canto ou dança perante toda a delegação. O comandante decidiu cantar a música "I migliori anni della nostra vita", do artista Renato Zero.
Parceiro de longa data do italiano, Casemiro brincou com a situação e reforçou a "simplicidade" do treinador. Eles trabalharam juntos duas vezes com a camisa do Real Madrid, onde conquistaram o título da Champions League em mais de uma oportunidade.
"Tive a felicidade de trabalhar com ele no Real duas vezes. Um dos pontos mais fortes é o lado humano, a relação que ele tem com os atletas. Tem uma facilidade de lidar com os jogadores. Aqui não é diferente. É uma pessoa humilde, apesar do currículo. Títulos, tudo o que ele fez, foi muita coisa. Mas o lado humano dele é o que mais me surpreende. Rolou ontem o trote. Ele canta mal demais", brincou.
"O mister é um cara muito tranquilo, que confia muito no trabalho dele. Gosto sempre de falar da humildade que ele transmite. É um cara muito direto. Mas isso que vocês viram no campo, é o que ele é no dia a dia. Sereno, transmite paz. Única coisa que eu devo falar, é que nós devemos desfrutar desse momento. O Brasil precisa de pessoas assim. Ele está no futebol há muitos anos, contou a história dele ontem. São muitos anos de alto nível. Então nós jogadores, a imprensa, torcida, devemos desfrutar. São pessoas assim que fortalecem o futebol. Já que temos a oportunidade de ter uma pessoas desse nível, vamos desfrutar do momento", concluiu.
A Seleção Brasileira treina na manhã deste domingo e finaliza a preparação para o jogo contra o Paraguai na tarde de segunda-feira, na Neo Química Arena, palco da partida válida pela 16ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. O duelo, que marcará a estreia de Ancelotti em território nacional, está agendado para terça, às 21h45 (de Brasília).
O Brasil vem de um empate sem gols com o Equador, fora de casa, e ocupa o quarto lugar da tabela de classificação, com 22 pontos. Se ganhar, pode garantir a vaga antecipada na Copa do Mundo de 2026.