EUA: deputada é morta, e senador, baleado; governador vê ataque orquestrado
A deputada democrata Melissa Hortman foi morta a tiros em casa com o marido em uma área na região metropolitana de Minneapolis, no estado de Minnesota (EUA). Em um local distinto, o senador John Hoffman, também democrata, foi baleado múltiplas vezes juntamente com sua mulher.
Estavam previstos para hoje protestos contra o presidente Trump por todos os Estados Unidos. A polícia de Minnesota recomendou que as pessoas não compareçam ao ato no estado. O suspeito é um homem de 57 anos, identificado como Vance Boelter, segundo as autoridades locais.
O que aconteceu
Polícia foi chamada para uma ocorrência às 2h (horário local) de hoje na casa do senador Hoffman , em Chaplain (Minnesota). As autoridades, então, ofereceram primeiros socorros a ele e à sua esposa, e os levaram para o hospital. Ambos foram submetidos à cirurgia e estão vivos.
Por volta das 3h35 (horário local), houve outra chamada em Brooklyn Park (Minnesota), e policiais foram à casa da deputada Hortman, onde encontraram ela e seu marido feridos. Ambos foram declarados mortos posteriormente, segundo Drew Evans, superintendente do Departamento de Detenção Criminal de Minnesota. A distância entre Brooklyn Park e Chaplain, dirigindo, é de aproximadamente 15 minutos.
Nesta segunda chamada, a polícia se deparou com o suspeito, trocou tiros, mas ele escapou. A Polícia de Minnesota e o FBI estão auxiliando na busca do homem. De acordo com a polícia, um "manifesto" foi encontrado no carro do suspeito com uma lista com "muitos legisladores e outras autoridades" que seriam alvos potenciais de um ataque. O suspeito estava com uniforme de polícia e com um veículo equipado com luzes, que lembram viaturas policiais.
O suspeito é um homem de 57 anos, identificado como Vance Boelter. Segundo fontes oficiais, ele trabalha na empresa de segurança Praetorian Guard Security e recebeu treinamento militar.
Autoridades alertam que suspeito ainda não foi encontrado e sugere que população cancele participação em eventos. Estava previsto um protesto no nordeste de Minneapolis contra as políticas de Trump, e a manifestação foi cancelada. No lugar de uma marcha, haverá apenas uma reunião silenciosa do lado de fora do edifício do Capitólio estadual.
A suspeita da polícia é de que o atirador planejava atacar os protestos organizados para este sábado contra o presidente Donald Trump. Pelos EUA, mais de 1,8 mil atos estão previstos para ocorrer neste sábado, num gesto de resistência contra as políticas da Casa Branca.
A lista de alvos incluía não apenas deputados e outros políticos democratas. Segundo a polícia, médicos que prestam assistência para mulheres que querem realizar abortos também estavam na lista. No total, 70 pessoas faziam parte do plano.
Polícia encontrou no veículo do suspeito papéis escritos "No Kings" (Sem reis, em tradução literal). Hoje estavam previstas manifestações organizadas por uma entidade chamada No Kings. Hoje, 14 de junho, é celebrado o Dia da Bandeira dos Estados Unidos e também é aniversário de Trump. Então, os protestos, segundo site da organização, são um ato contra o mandatário e para mostrar que a "bandeira não pertence ao presidente, mas ao povo".
"Imediatamente alertamos o estado, que tomou medidas para alertá-los e fornecer segurança quando necessário", disse o chefe da polícia, Mark Bruley.
"Foi um ato de violência política direcionado", disse Tim Walz, governador de Minnesota, do partido Democrata, durante coletiva de imprensa.
"Nosso estado perdeu uma grande líder, e eu perdi amigos queridos. Melissa serviu aos cidadãos de Minnesota com compaixão, humor e senso de serviço. Ela acordava todos os dias determinada a tornar este estado um lugar melhor. Ela é insubstituível e vamos sentir sua falta"
Governador Tim Walz, de Minnesota, em coletiva de imprensa
Na Casa Branca, o caso também está sendo tratado como um assassinato com motivações políticas. Num comunicado, o governo disse que "o presidente Donald Trump foi informado sobre os tiroteios em Minnesota que parecem ter sido um ataque direcionado contra legisladores estaduais".
Trump disse que a procuradora-geral Pam Bondi e o FBI estão liderando a investigação. "Qualquer pessoa envolvida será processada em toda a extensão da lei", disse. "Essa violência horrível não será tolerada nos Estados Unidos da América", afirmou.
O ex-presidente dos EUA Joe Biden alertou para extremismo e ódio. "Esse ataque hediondo com motivações políticas jamais deveria acontecer nos Estados Unidos. Não devemos dar ao ódio e ao extremismo um porto seguro e, como nação, devemos nos unir contra a violência política", postou o político democrata em suas redes sociais.