Trump adverte Israel para não atacar o Irã e diz que acordo nuclear está 'próximo'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta quinta-feira (12) a Israel que se abstenha de atacar as instalações nucleares do Irã, pois Washington está "próximo" de alcançar um acordo sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump reconheceu que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, cogita um ataque, o que, segundo ele, poderia desencadear um "conflito massivo".

Essa possibilidade motivou a decisão dos Estados Unidos de reduzir o número de funcionários diplomáticos na região.

"Estamos bastante perto de um bom acordo", disse Trump aos jornalistas. "Não quero que eles intervenham, porque acho que isso arruinaria tudo", afirmou, referindo-se a Israel.

Trump acrescentou rapidamente: "Na verdade, poderia ajudar, mas também poderia arruinar tudo".

O enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, tem prevista uma sexta rodada de negociações com o Irã no domingo, em Omã. O principal ponto de atrito nas conversas continua sendo a insistência iraniana em aumentar a produção de urânio enriquecido.

Trump voltou a se descrever como um homem de paz e disse que preferia um acordo negociado.

"Eu adoraria evitar o conflito. O Irã vai ter que negociar de forma um pouco mais dura, ou seja, vai ter que nos conceder algumas coisas que atualmente não está disposto a dar", advertiu.

Questionado sobre se Israel poderia atacar o Irã, Trump respondeu: "Não quero dizer que é iminente, mas parece que é algo que pode acontecer".

Tanto os Estados Unidos quanto Israel e várias potências ocidentais acusam há anos o Irã de tentar obter a bomba atômica ? o que Teerã nega categoricamente, alegando que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis.

O Ministério das Relações Exteriores iraniano anunciou nesta quinta-feira que o chefe da organização atômica local deu "as ordens necessárias" para "lançar um novo centro de enriquecimento de urânio, em um local seguro".

Além disso, o Irã substituirá todas as suas centrífugas de urânio de primeira geração por aparelhos de sexta geração no centro de enriquecimento de Fordow, ao sul de Teerã, informou o porta-voz da agência atômica iraniana, Behruz Kamalvandi.