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Banco Mundial levanta restrições ao financiamento de energia nuclear

11/06/2025 18h49

O Banco Mundial (BM) apoiará projetos de produção de energia nuclear "pela primeira vez em décadas", anunciou nesta quarta-feira (11) o presidente da instituição, Ajay Banga, em meio a esforços para satisfazer a crescente demanda de eletricidade nos países em desenvolvimento.

Os Estados Unidos, que são o maior acionista do Banco Mundial, estão entre os países que fizeram campanha para que o grupo reavalie sua proibição de apoiar projetos nucleares.

Em um e-mail enviado aos funcionários ao qual a AFP teve o, Banga afirma que o banco colaborará com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para assessorar sobre "garantias de não proliferação".

A demanda de eletricidade nos países em desenvolvimento se multiplicará até 2035, aponta Banga.

Para atender a essa necessidade, o investimento anual em geração de energia, redes e armazenamento terá que aumentar dos atuais 280 bilhões de dólares (1,55 trilhão de reais) para cerca de 630 bilhões (3,49 trilhões de reais).

"Apoiaremos os esforços para ampliar a vida útil dos reatores existentes nos países que já os possuem e ajudaremos a melhorar a rede e as infraestruturas relacionadas", explica Banga.

A organização financeira, com sede em Washington, também cooperará para acelerar o "potencial dos pequenos reatores modulares" para que possam, com o tempo, se tornar uma opção viável para mais países.

Banga, no comando da entidade de crédito para o desenvolvimento desde 2023, impulsionou uma mudança na política energética do banco. O e-mail foi enviado um dia após uma reunião do conselho istrativo.

"O objetivo é ajudar os países a fornecer a energia de que sua população necessita, dando-lhes ao mesmo tempo a flexibilidade necessária para escolher o caminho que melhor se adapte às suas ambições de desenvolvimento", declarou o presidente.

De qualquer forma, a instituição continuará financiando o encerramento ou a conversão de usinas de carvão.

Em abril, à margem das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que o banco poderia utilizar os recursos de forma mais eficiente ajudando os países emergentes a ampliar o o à energia.

Bessent disse que o BM deveria focar em "tecnologias confiáveis" em vez de perseguir "objetivos de financiamento climático distorcidos".

Isso poderia significar investir na produção de gás e outras energias baseadas em combustíveis fósseis.

Por outro lado, segundo Banga, o conselho istrativo do banco ainda não chegou a um acordo sobre se deve "participar da produção de gás" e em quais circunstâncias deveria fazê-lo.

els-bys/erl/mr/dga/ic/am

© Agence -Presse

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