Megaprojeto petrolífero no Brasil "não é bom para o clima", afirma Macron

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta terça-feira (10) que o megaprojeto de exploração petrolífera em uma área marítima próxima à Amazônia Legal "não é bom para o clima".

Macron fez essas declarações após o cacique Raoni Metuktire pedir em um vídeo sua ajuda para convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a paralisar esse projeto.

"Ajude-me a deter esse projeto. Eu disse isso ao Lula e também queria dizer ao senhor (...) Muita gente vive na costa e seria impactada", disse Raoni no vídeo divulgado pela emissora 2.

Embora o presidente francês tenha dito que não deseja dar lições, especialmente quando se trata de relações "Norte-Sul", ele considerou que se trata de um projeto que "não é bom para o clima".

"Acho que há outros projetos alternativos que permitem criar empregos e gerar valor", acrescentou durante uma entrevista à 2 a partir de Nice, onde acontece a cúpula da ONU sobre os oceanos.

"Nosso país adotou uma proibição para esses projetos. Acho que seria bom que ele [Lula] fizesse o mesmo, mas não me cabe dar lições", enfatizou Macron.

A Petrobras quer iniciar perfurações exploratórias em uma zona marítima de cerca de 350 mil quilômetros quadrados na Margem Equatorial brasileira, a aproximadamente 500 quilômetros da foz do rio Amazonas.

As reservas potenciais são estimadas em 10 bilhões de barris de petróleo. Em 2023, o Brasil alcançou reservas provadas de 15,9 bilhões de barris.

O projeto conta com o aval de Lula, que costuma argumentar em sua defesa que o país precisa de fontes de financiamento para a transição energética.

Ao mesmo tempo, o presidente aspira a que o Brasil lidere a luta contra a mudança climática, especialmente no momento em que o país se prepara para sediar a COP30 do clima em Belém, no Pará, em novembro.

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