Ibovespa avança com aval de IPCA e negociações China-EUA no radar
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta terça-feira, após dados mostrarem que a inflação no país desacelerou mais do que o previsto em maio, enquanto agentes também monitoram negociações entre Estados Unidos e China sobre comércio.
Por volta de 10h45 , o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,76%, a 136.731,5 pontos. O volume financeiro somava R$2,63 bilhões.
De acordo com o analista Gilberto Carvalho, da XP, o Ibovespa fechou em baixa pelo quarto dia seguido na véspera, mas teve boa recuperação ao longo do dia deixando um alerta de reversão altista no curto prazo.
"Acima dos 136.110 favorecerá retomada altista projetando de 140.300 a 145.600. Abaixo dos 134.100 reforçaria sinal de realizações", estimou, citando que o IFR (índice de força relativa) ainda aponta para baixo, favorecendo realizações.
Na agenda do dia, o IBGE mostrou que o IPCA aumentou 0,26% em maio, após avanço de 0,43% em abril, ando a acumular em 12 meses alta de 5,32%, contra 5,53% antes. Pesquisa da Reuters apontava altas de 0,33% no mês e de 5,40% em 12 meses.
De acordo com economistas do Bradesco, a dinâmica dos bens industriais foi significativamente mais benigna, mas, por outro lado, os serviços subjacentes compensaram parte pequena desse arrefecimento.
"De toda forma, o conjunto dos dados aponta para uma inflação relativamente bem comportada", afirmou a equipe chefiada por Fernando Honorato em relatório a clientes, acrescentando que estima alta de 5,4% para o ano.
No exterior, autoridades chinesas e norte-americanas se reúnem pelo segundo dia em Londres buscando avanço nos controles de exportação. Mais cedo, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que as negociações estão indo bem.
Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,13%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA recuava a 4,442%, de 4,484% na véspera.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN avançava 1,68% e PETROBRAS ON subia 1,66%, endossadas pela alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent mostrava acréscimo de 0,36%.
- BANCO DO BRASIL ON caía 1,7%, tendo no radar relatório de analistas do Itaú BBA, no qual cortaram estimativas para os resultados em 2025 e 2026, estimando trimestres piores para o BB à frente. No setor, BRADESCO PN valorizava-se 0,76% e ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,73% e SANTANDER BRASIL UNIT tinha acréscimo de 0,14%.
- MINERVA ON subia 3,64%, no segundo pregão seguido no azul, em dia positivo no setor, com MARFRIG ON mostrando alta de 0,87% e BRF ON registrando acréscimo de 1,19%.
- VAMOS ON registrava elevação de 3,62%, beneficiada pelo alívio nas taxas dos contratos de DI, que apoiava o desempenho de outros papéis sensíveis a juros, como MAGAZINE LUIZA ON, em alta de 3,59%, e CYRELA ON, com acréscimo de 2,09%.
- VALE ON tinha variação negativa de 0,08%, em meio ao recuo dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com queda de 0,85%, a 698,5 iuanes (US$97,16) por tonelada.