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Galípolo: BC tem visto queda estrutural no valor da poupança, que financia setor imobiliário

São Paulo e Brasília

10/06/2025 13h37

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, voltou a afirmar na manhã desta terça-feira, 10, durante abertura do Febraban Tech, que a autoridade monetária tem visto uma queda estrutural no valor nominal e real na poupança, modalidade de investimento que financia o setor imobiliário. Isso, de acordo com o presidente do BC, porque a remuneração da poupança enfrenta dificuldades para concorrer com as demais alternativas de investimentos existentes no mercado financeiro.

"Com a queda da poupança, precisamos migrar para um novo modelo de funding imobiliário", disse o banqueiro central, para quem a queda da poupança parece natural.

Ainda de acordo com Galípolo, o BC espera em breve apresentar uma ponte para o novo modelo de funding imobiliário.

Ainda, de acordo com ele, o novo modelo de funding imobiliário vai envolver captação em mercado.

Agenda do 'Pix 2.0'

O presidente do Banco Central citou ainda a agenda evolutiva do Pix prevista para 2025 e 2026 na apresentação na Febraban Tech 2025. Ele mencionou lançamentos como o Pix Automático e o Pix Parcelado, e chamou o conjunto das iniciativas de "Pix 2.0."

Galípolo afirmou que o Pix Automático, que entra em funcionamento na próxima segunda-feira, 16, vai permitir que empresas recebam pagamentos em débito automático com menor custo e mais eficiência.

Pelo lado dos consumidores, Galípolo destacou que a modalidade vai permitir que 60 milhões de pessoas sem cartão de crédito tenham o a pagamentos recorrentes. Além disso, disse que haverá um ganho de segurança.

O chefe da autarquia também citou o Pix por Aproximação, que já está em vigor, dizendo que ele oferece rapidez e mais segurança nas transações. E mencionou, para o futuro, o desenvolvimento do Pix Parcelado, que deve estimular o uso do sistema de pagamentos para compras de maior valor no varejo.

"A intenção nunca é vetar qualquer tipo de alternativa que vocês têm hoje, sejam vocês empresas, a instituição financeira ou o cidadão que está utilizando aquele serviço, e sim conseguir apresentar alternativas que se apresentem competitivas e deixar que o desejo do consumidor, a experiência do cliente, determine qual é a alternativa mais interessante", disse ele.

MED

Galípolo ainda destacou o desenvolvimento do Mecanismo Especial de Devolução (MED) 2.0, com o qual o BC quer turbinar a segurança do Pix. Essa ferramenta será aplicável em casos de fraudes, golpes e crimes, e permitirá a contestação de transações Pix diretamente pelo aplicativo dos bancos, além de aumentar a rastreabilidade dos pagamentos.

O presidente do BC ainda mencionou o Pix em Garantia, que vai permitir que fluxos futuros de pagamentos recebidos no sistema sejam usados como garantia para financiamentos ou antecipação de recursos para empresas. Isso, ele disse, vai fortalecer o processo de colateralização, uma agenda considerada essencial pelo BC para reduzir o custo do crédito.

Open Finance

Gabriel Galípolo disse ainda que o Open Finance continua sendo uma agenda essencial da autarquia, pelo seu potencial de aumentar a oferta de crédito e reduzir os custos. "Ele vai aumentar a concorrência, o aumento da oferta e a redução de custo, e vai simplificar o processo para o devedor com esse aumento de portabilidade que a gente vem comentando", comentou.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o BC quer lançar a portabilidade de crédito por meio do Open Finance em fevereiro de 2026, após definir uma possível regulação para o Ressarcimento de Custos de Originação (RCO) ainda este ano.

O RCO é uma tarifa cobrada pelos bancos de outras instituições nos casos de portabilidade de crédito. Quando um cliente leva um crédito imobiliário ou consignado para uma instituição diferente, por exemplo, o banco de origem cobra o RCO daquele que vai ficar com a operação.

Nesta terça, o presidente do BC afirmou, ainda, que o Drex não funcionará exatamente como uma Central Bank Digital Currency (CBDC), porque não envolve uma agenda de desintermediação. A ideia, ele explicou, é usar contratos inteligentes e tokenização para facilitar processos de compra e venda e transações financeiras, além da colateralização de ativos.

"Quanto mais a gente conseguir avançar nessa agenda de redução de percepção de risco por parte de quem está concedendo crédito e facilidade na experiência do cliente para quem está tomando crédito em oferecer garantias, mais adequadas vão ser essas linhas de crédito para o planejamento e os objetivos daquela pessoa", ele disse.

Galípolo ainda afirmou que as inovações no Sistema Financeiro Nacional (SFN) ocorreram por uma parceira do BC com agentes, e garantiu que o regulador busca garantir supervisão, regulação, normas e infraestrutura que viabilizem a inovação.

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