EUA pede que cidadãos evitem viagens à Venezuela, que toma medida recíproca
Os Estados Unidos pediram nesta terça-feira (27) que os cidadãos americanos evitem viagens à Venezuela, que respondeu com uma medida semelhante.
Os dois países romperam relações em 2019. Os cidadãos americanos "enfrentam um risco importante e crescente de serem detidos injustamente" na Venezuela, afirmou o Departamento de Estado.
Em 2018, o Tribunal Penal Internacional (TPI) abriu um processo de investigação por supostos crimes contra a humanidade no país sul-americano. A situação se agravou após a reeleição do presidente Nicolás Maduro em 2024, contestada pela oposição.
Segundo o governo dos Estados Unidos, há mais cidadãos americanos detidos injustamente na Venezuela do que em qualquer outro país. Washington atribui à Venezuela o nível mais alto de alerta, o 4, que desaconselha viagens "devido a riscos graves, como detenção injusta, tortura durante a detenção, terrorismo, sequestro, práticas policiais injustas, crimes violentos, distúrbios civis e cuidados médicos inadequados".
O governo Maduro ressaltou que os venezuelanos nos Estados Unidos "são vítimas de um padrão sistemático de violações dos seus direitos humanos e detidos arbitrariamente" devido à política migratória do governo Trump. "Pedimos aos cidadãos venezuelanos que residem em território americano que considerem abandonar esse país", publicou a chancelaria da Venezuela no aplicativo Telegram.
O Departamento de Estado americano citou detenções de americanos na Venezuela "por até cinco anos" devido à sua nacionalidade. Já Caracas destacou o envio de imigrantes venezuelanos acusados de serem criminosos para prisões "em terceiros países", referindo-se a um grupo de venezuelanos enviados por Washington para uma prisão de segurança máxima em El Salvador.
O governo americano afirmou que não é informado pela Venezuela sobre as detenções, e ressaltou que a dupla cidadania, o visto venezuelano, o fato de ter viajado anteriormente àquele país ou ter um emprego na Venezuela não protege os viajantes americanos.
A recomendação de Washington é destinada tanto aos que têm nacionalidade americana quanto aos que possuem permissão de residência nos Estados Unidos, e inclui aqueles "com aporte venezuelano ou estrangeiro".
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