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Estreante, Alexsandro relembra 'nãos' até chegar na Seleção: "Me fizeram crescer"

03/06/2025 11h46

Estreante na Seleção Brasileira, o zagueiro Alexsandro concedeu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, pouco antes do segundo treino do grupo sob comando de Carlo Ancelotti, no CT do Corinthians. O jogador recordou a infância difícil em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e os diversos "nãos" que recebeu ao longo de sua trajetória no futebol.

O defensor teve repetidas tentativas de se firmar nas categorias de base do Flamengo, Vasco, Grêmio, Fluminense, Botafogo, Avaí e Palmeiras, mas não obteve sucesso e rumou para a Europa. Lá, atuou por Praiense, Amora e Chaves até desembarcar no Lille, clube que defende desde 2022.

Alexsandro afirma que as negativas e as dificuldades que enfrentou quando era jovem o auxiliaram a enfim receber uma chance com a Amarelinha. Quando mais novo, sua família trabalhou na 'Rampa', nome pelo qual é conhecido o lixão de Jardim Gramacho, para catar latinhas, garrafa pet e cobre para trocar por dinheiro, em busca do sustento diário. Ele também trabalhou em feiras, obras e como garçom.

"Sou de Duque de Caxias. Tive um percurso pequeno no Brasil. Comecei no Bonsucesso, depois joguei um pouco no Flamengo e fui para a Europa. Fiz testes aqui no Brasil, mas não deu certo. Joguei três anos na terceira divisão de Portugal, depois fui para a segunda e para o Lille. Se não tivesse ado por isso, não chegaria na Seleção. Tudo que ei, deixei minha família novo, mas valeu a pena. Estou muito feliz", comemorou.

"Fui muito resiliente, forte. Não foi fácil ar por tudo o que ei. Recebi muitos nãos. A gente não entende quando é novo. A gente aprende com as dificuldades. E eu saboreio quando vêm momentos difíceis, é normal para mim. Já sou mais maduro e experiente. Os momentos de dificuldade me fizeram crescer. Na Europa estava sozinho, sem minha família. É um privilégio estar aqui, quero agarrar essa chance da mesma forma que agarrei as outras chances que tive na minha vida. Vim para trabalhar, ganhar meu espaço", acrescentou.

O zagueiro de 25 anos falou sobre o momento que foi convocado por Ancelotti. Ele celebrou o fato de seu nome aparecer na lista com um churrasco entre familiares e amigos.

"Foi um momento muito especial. Todo ano tem convocação, agora com a mudança de treinador, e já é a segunda pré-lista que eu estou. Estava achando que eu seria convocado. Fiz um churrasco com a família, os amigos. O momento de tensão antes de ouvir o Ancelotti falando meu nome. Quando ouvimos depois foi mágico, nunca vou esquecer", contou.

A Seleção Brasileira faz uma atividade nesta terça-feira e viaja para Guayaquil no período da tarde. Na quarta, o grupo irá treinar no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, palco da partida contra o Equador. O embate, que marcará a estreia de Ancelotti à frente da Canarinho, será disputado às 20h (de Brasília) desta quinta-feira.

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