'Mulheres precisam ser cinco vezes melhores', diz estrela de 'DNA do Crime'
Suellen, personagem interpretada por Maeve Jinkings, terá que provar as habilidades de liderança na 2ª temporada de "DNA do Crime" (Netflix). A série está de volta ao catálogo, a partir de hoje, após sucesso da primeira temporada.
A narrativa da personagem ecoa uma realidade enfrentada por mulheres em profissões tradicionalmente ocupadas por homens: o machismo. Segundo a atriz, em entrevista a Splash, o desafio é ainda maior em ofícios ligados à força policial.
Qualquer mulher, em qualquer profissão, enfrenta [o machismo]. As mulheres vivem o machismo no cotidiano, ponto. Em qualquer ofício. E num ofício desse [policial], que é um ofício de qualidades ditas masculinas, de força policial, isso é ainda mais marcante.
A atriz, que conversou com policiais reais e teve a chance de ouvir histórias de ex-policiais que participaram da produção da série, percebe que as mulheres têm um desafio adicional. "Costumamos dizer que precisamos ser cinco vezes melhor que um homem para poder provar o nosso valor em qualquer ofício", afirma Maeve.
A própria Suellen, ao ter que provar a sua liderança na segunda temporada, reflete essa pressão. Embora "DNA do Crime" não tenha o machismo como tema central e não seja "panfletária", a série opta por abordar a questão de maneira sutil. De acordo com a atriz, o machismo está "dado na relação entre os personagens, ainda que isso não seja muito verbalizado".
A inclusão dessas representações é vista como fundamental. Para Maeve, que também está no ar em "Vale Tudo" (Globo), uma das grandes funções das narrativas populares como "DNA do Crime" é "colocar um assunto sobre a mesa".
Estar lá já é muito significativo. Eu recebo muita mensagem de mulher, que depois foi prestar concurso para a Polícia Federal, ou mulheres que são da polícia falando da importância de ter uma figura dessa representada.
A presença de figuras femininas em papéis de destaque na Polícia Federal é significativa no "imaginário coletivo", aponta a artista. Assim, enquanto a segunda temporada de "DNA do Crime" promete muita ação e adrenalina, ela também sutilmente lança luz sobre os desafios enfrentados por mulheres em determinadas áreas.
'DNA do Crime'
A segunda temporada conta com ainda mais tiro, porrada e bomba. Após ajudar o Embaixador a escapar da prisão, Isaac e a Quadrilha Fantasma se tornam os principais alvos da Polícia Federal.
Estávamos mais certos do que eram aqueles personagens. Foi especialmente bom fazer a segunda temporada. Mas muito cansativa. Tinham dias em que eu dormia e só sonhava com tiro. Eu sonhava com perseguição.
A série conta com direção geral e criação de Heitor Dhalia, direção de episódio de Pedro Morelli e Felipe Vellasco, e produção executiva de Manoel Rangel e Egisto Betti. O elenco também é composto por nomes como Rômulo Braga, Pedro Caetano, Thomas Aquino, Alex Nader, Daniel Blanco, Letícia Tomazella e Jorge Paz.